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Conservação dos mamíferos aquáticos da Amazônia é retratada em documentário

O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia (PMAA) lançou em julho um documentário sobre as ações e atividades de pesquisa e sensibilização ambiental que o Projeto desenvolve para a conservação do boto-vermelho e peixe-boi da Amazônia, animais endêmicos da região que correm perigo de extinção. Além destes, outras três espécies de mamíferos compões a fauna da região.

O estudo e desenvolvimento do projeto conta com a participação do biólogo Diogo Alexandre de Souza ex-aluno da UMC. Além disto, recebe o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), tendo como principal parceiro o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa.

Segundo Diogo, o objetivo geral do projeto é proteger as espécies-chave de mamíferos aquáticos e os ecossistemas aquáticos da Amazônia por meio dos estudos de ecologia, história natural e comportamento desses animais, e da integração com as comunidades ribeirinhas e uso sustentável dos habitats.

A equipe do Projeto MAA é atualmente composta por veterinários, biólogos, pescadores, assistentes de campo e voluntários, totalizando aproximadamente 20 pessoas. Com sede em Manaus (AM) abrange 18 municípios do estado. A expectativa ao longo das ações é atingir aproximadamente 750 participantes diretos e 15.000 indiretos.

Documentário

O documentário faz parte do Plano de Comunicação do Projeto afim de promover e divulgar para a sociedade as ações de preservação e pesquisa dos cinco mamíferos aquáticos existentes na bacia Amazônica: peixe-boi da Amazônia, boto-vermelho, tucuxi, ariranha e lontra neotropical, além de potencializar as ações de divulgação do principal patrocinador, a Petrobras.

Além disso, o documentário serve como “cartão de visita” para alavancar o interesse de novos doadores e patrocinadores na implementação das ações para a proteção, conservação, manejo e pesquisa desses animais.

AMPA

Embora os mamíferos aquáticos exerçam importante papel no ecossistema da Amazônia, estes encontram-se sob grande pressão antrópica. Desta forma, a necessidade de ações de conservação para esses animais e para o seu ambiente, bem como atividades de educação ambiental junto as populações geradoras dos impactos diretos tornam-se necessárias.

Os objetivos incluem desenvolver estudos que aumentem o conhecimento da ecologia, história natural e comportamento dos mamíferos aquáticos da Amazônia, e fornecer subsídios essenciais para ampliar as ações de conservação dessas espécies, em parceria com comunidades ribeirinhas e órgãos públicos.

Função

Vivendo na Amazônia há 10 anos, Diogo tem trabalhado ativamente nas atividades de resgate, reabilitação e pesquisa com o peixe-boi da Amazônia. Desde 2015 coordena o “Programa de Reintrodução de peixes-boi da Amazônia” sob a supervisão da Dra. Vera da Silva (LMA/INPA).

O objetivo destas ações é devolver a natureza filhotes órfãos que foram resgatados e reabilitados no cativeiro do INPA, avaliar a adaptação pós soltura dos animais, e coletar informações biológicas sobre a espécie como uso do habitat, movimentos diários e sazonais, área de vida entre outros aspectos.

“Cada animal recebe um cinto transmissor adaptado no pedúnculo caudal, e são monitorados utilizando a técnica de radiotelemetria por moradores ribeirinhos (ex caçadores de peixe-boi), que treinei durante minha dissertação de mestrado”, informa.

Experiência

Após cursar Ciências Biológicas pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (2006), Diogo alavancou sua carreira e investiu, em 2015, no mestrado em Ciências Biológicas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA. Com o tempo ele ganhou vasta experiência e um currículo digno de admiração.

Principalmente por seu empenho com a AMPA. Atualmente, ele é pesquisador da JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão) junto ao Projeto Museu da Floresta (INPA e Universidade de Kyoto) e Vice-Presidente da Associação Amigos do Peixe-boi – AMPA e colaborador do Instituto Piagaçu – IPI.

Também é membro do Grupo de Especialistas em sirênios da América do Sul e do Grupo Assessor do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Mamíferos Aquáticos Amazônicos. Tem experiência na área de Ecologia com ênfase na conservação de mamíferos aquáticos, atuando principalmente com os temas: reintrodução, telemetria, etnobiologia, caça e sirênios.

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