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Dia do Ginecologista: UMC alerta para cuidado com a saúde da mulher

Com o período de isolamento social, ocasionado pela pandemia por COVID-19, mais de 60% das mulheres deixaram de ir ao médico ginecologista por medo de serem infectadas pela doença. No entanto, manter as consultas em dia, mesmo sem qualquer sintoma, é muito importante para evitar possíveis complicações na saúde íntima. Quem faz o alerta é a médica ginecologista e professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Jussara Leiko Sato.

A UMC aproveita o Dia do Ginecologista e Obstetra, celebrado nesta sexta-feira, dia 30 de outubro, para lembrar da importância desses profissionais dedicados no cuidado com a saúde do público feminino.

A especialista em ginecologia da Universidade alerta para a importância de buscar, regularmente, um profissional para acompanhamentos e realização de exames de rotina. Afinal, a prevenção é sempre o melhor remédio e o primeiro passo para evitar doenças graves e, até mesmo, diagnosticá-las precocemente, o que aumenta as chances de cura em mais de 90%, dependendo dos diagnósticos. “É por isso que toda mulher deve visitar, periodicamente, seu ginecologista e fazer um exame ginecológico completo. Essa medida evita surpresas desagradáveis e pode prevenir o surgimento de uma doença mais grave como um câncer de mama ou o câncer de colo de útero”, alertou Jussara. “Porém, muitas mulheres ainda negligenciam esses exames, seja por falta de tempo, por falta de informação ou até mesmo por vergonha. Falar sobre a saúde da mulher ainda é um tabu em muitos lugares e é por isso que muitas delas acabam não visitando o ginecologista com a frequência que deveriam”, conclui a médica.

A ginecologista e professora da UMC revela que, embora o mundo tenha avançado no quesito informação e conscientização, infelizmente, falar de saúde íntima ainda é um tabu. “É comum ter dúvidas sobre a saúde da mulher, ainda mais se for a saúde íntima. Podem surgir questionamentos referentes à frequência, ao modo correto de fazer a limpeza, aos produtos de higiene adequados, além de como proceder em situações específicas, como suor, gordura, sangue, umidade, urina e células mortas. Tudo isso pode fazer com que o assunto pareça embaraçoso. Mas devemos entender que essas coisas fazem parte de um processo natural, e o conhecimento sobre o assunto é importante para evitar que a mulher sofra complicações por vergonha de conhecer o funcionamento do próprio corpo”, enfatiza a médica.

A profissional ainda lembra que o corpo feminino é muito sensível e que a cautela e atenção com os sinais que ele dá é muito importante na prevenção de possíveis complicações. Jussara conta que um pequeno descuido na higiene íntima feminina pode ocasionar ardência, irritação, odores e até a multiplicação de fungos e bactérias nocivas. Por isso, a médica explica que, quanto mais cedo as meninas procurarem um especialista, melhor. “A maioria das mulheres procura a ginecologista após o início da vida sexual, mas recomendamos que a primeira consulta seja feita antes. Podemos dar uma orientação técnica e precisa sobre o acompanhamento hormonal, métodos de contracepção, ciclos menstruais e higiene íntima, o que nem sempre as mães se sentem seguras para oferecer”, esclarece.

Os exames ginecológicos de rotina são fundamentais para mulheres em qualquer idade, pelo menos, uma vez ao ano após o início da vida sexual, reforça a médica da UMC. A especialista afirma que, dessa forma, é possível investigar ocorrências de doenças complexas, tais como a endometriose, HPV, corrimento vaginal ou sangramento fora do período menstrual. Essas iniciativas podem garantir a saúde e bem-estar da paciente. Além disso, quanto antes identificar alterações, melhores são as chances para tratamento e cura. “Alguns exames têm fases e idade específicas para a realização. É fundamental manter consultas regulares com o ginecologista para orientações sobre quando e como começar a fazer os exames”.

A professora de medicina da Universidade de Mogi das Cruzes também lembra que a quarentena, imposta pela COVID-19, levou muitas mulheres brasileiras a deixar de ir ao ginecologista ou ao mastologista para a realização prevenção ou tratamento do câncer de mama. “Segundo dados do Ministério da Saúde, 62% das mulheres não foram aos seus médicos durante o isolamento social, por medo de contrair a COVID-19. Com isso, deixaram de fazer exames de rotina que poderiam ajudar na prevenção da doença”, destaca a médica.

Obstetrícia

Uma gestação saudável é sempre acompanhada por médicos obstetras, profissionais de extrema importância para a saúde e bem-estar da mãe e do bebê. No pré-natal é possível prevenir e/ou identificar a detecção precoce de patologias, tanto maternas como fetais, doenças que já estavam presentes no organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, doenças do coração, anemias, sífilis, entre outras enfermidades. O alerta é da Jussara que, além de ginecologista, também atua como obstetra.

“O diagnóstico de possíveis doenças permite medidas de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas por toda a vida”, explica a professora.

A também especialista em obstetrícia esclarece que o acompanhamento de um médico especialista durante a gravidez pode detectar problemas fetais, como, por exemplo, as más formações. “Algumas delas, em fases iniciais, permitem o tratamento intrauterino, que proporciona ao recém-nascido uma vida normal”.

Além da detecção, por meio do pré-natal, é possível avaliar aspectos relativos a placenta, o que possibilita o tratamento adequado para cada caso. “Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos maternos”, explica Jussara.

O médico obstetra que acompanha a gestante e o feto também pode identificar, precocemente, a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando convulsões e até coma, segundo esclarecimentos da especialista. “Esta patologia constitui uma das principais causas de mortalidade no Brasil”, alerta. “Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres e os profissionais de saúde. Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação”.

Jussara ainda finaliza com uma mensagem a todos os profissionais da Ginecologia e Obstetrícia: “Parabéns Ginecologistas e Obstetras! Àqueles que possuem o dom único de entender as mulheres, de conhecer a importância da feminilidade e o sentimento único de trazer a vida a outras vidas; possuidores do dom mágico de entender o poder feminino”, comemora.

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