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Ouro na bocha e na vida: ex-aluna da UMC rumo as Paraolimpíadas de Tóquio

Evelyn Oliveira vai para sua segunda participação em Paraolimpíada

Se tornar um campeão não é fácil. Para muitos paratletas o caminho para chegar à vitória começa com obstáculos. Quando subiu ao pódio para receber o ouro nas Paraolimpíadas do Rio, em 2016, Evelyn Oliveira nunca imaginou que chegaria tão longe. Nascida no interior de São Paulo, a jovem cresceu com uma deficiência que afetou sua mobilidade, mas mesmo com todos os desafios, ela construiu uma história de sucesso. Se formou na turma de 2017 do curso de Publicidade e Propaganda da UMC, é atleta paraolímpica de bocha e pela segunda vez irá representar a seleção brasileira na disputa dos jogos mais famosa do mundo: as Paraolimpíadas de Tóquio.

Evelyn nasceu em Mauá, interior de São Paulo, em 1987, com uma deficiência chamada atrofia muscular espinhal. A síndrome afeta o sistema neuromuscular causando perda de força e atrofia dos membros superiores e inferiores. “Eu vivi uma infância com muitas limitações. Por conta da doença nunca fui aceita em uma escola e tive que estudar em casa. Minha locomoção sempre foi difícil também. Como uma cadeira de rodas era muito cara, eu só podia me locomover no colo das pessoas. Minha primeira cadeira só veio aos 14 anos”, ressalta.

A publicitaria conta que só foi entrar em uma sala de aula aos 18 anos para concluir o Ensino Médio, sua primeira vitória. Na sequência, ingressou na UMC para estudar Publicidade e Propaganda. “Fiz 8 meses de cursinho para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, e entrei na universidade, o que era um sonho”, conta.

E realizar esse sonho, também foi um desafio e tanto. Um dos professores do curso de comunicação da UMC, Fábio Castilho, que deu aulas para a jovem, ressalta essa determinação. “Foi uma aluna muito especial da universidade, sempre muito dedicada e atenciosa nas aulas. Ela e sua mãe foram guerreiras durante toda a graduação, superando as dificuldades pela formação. Tenho um carinho muito especial por ela. Foi um orgulho tê-la em nosso curso. Sempre foi uma inspiração para mim”, diz o professor.

A vida no esporte

O esporte muda a vida de muitas pessoas e antes de conhecer a bocha, Evelyn não imaginava isso. “Graças ao esporte conquistei autonomia, independência e segurança e sou uma inspiração para outras pessoas”, conta.

Tudo começou com a mudança para Suzano, no ano de 2000. Dez anos mais tarde, durante um passeio na cidade, ela recebeu um convite de uma professora do SESI para conhecer a bocha. “Quando cheguei ao local eu não acreditei, nunca imaginei que poderia existir um esporte adaptado pra mim”, diz a atleta. Foi nesse momento que a vida de Evelyn mudou completamente, ela começou a buscar seu espaço na sociedade.

No esporte, ela foi vice-campeã do Campeonato Regional em 2011, campeã da Copa Rio em 2012 e campeã do Campeonato Brasileiro em 2014. Até que em 2015 veio o convite para participar da seleção brasileira. “Na minha primeira oportunidade na seleção ganhei ouro em uma competição no Canadá”, destaca Evelyn.

Com o sucesso na seleção, veio a primeira participação na Paraolimpíada, no Rio 2016. “Lá consegui uma conquista de ouro inédita pro país”, diz.

Agora Evelyn se prepara para sua segunda participação na competição, desta vez do outro lado do mundo, em Tóquio. “Estou muito motivada em ter mais uma oportunidade de jogar uma Paraolimpíada e trazer um resultado positivo para o Brasil”, espera a jovem.

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