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UMC participará de live especial em comemoração à Semana do Meio Ambiente

O dia de ontem, 31 de maio, é conhecido por sua luta contra o tabagismo. Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data busca alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao fumo. Vale lembrar que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo é considerado uma doença crônica causada pela dependência da nicotina existente nos produtos à base de tabaco.

Segundo aponta a OMS, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, considerando fumantes ativos e passivos. No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência da nicotina. O tabagismo é responsável pelo desenvolvimento de cerca de 50 doenças, entre elas, o câncer (boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pulmões, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), além de DPOC, enfisema pulmonar, infarto, AVC, complicações na gravidez e outras.

A pneumologista e professora da UMC, Marília de Castro Lima Varella enfatiza que, além de ser um fator de risco para diversas enfermidades, o tabagismo tem sido uma grande preocupação neste momento de pandemia, especialmente pelo fato da doença atacar o sistema respiratório e fumantes possuírem maior risco de serem acometidos por infecções respiratórias por outros vírus e bactérias: “Os fumantes tendem a ser mais impactados pela Covid-19, pois há neles um comprometimento do funcionamento dos pulmões. Além do mais, entre os pacientes chineses diagnosticados com pneumonia associada ao vírus, segundo estudo da OMS, as chances de agravamento da doença foram 14 vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo”, informa.

EFEITOS E TRATAMENTOS

Os principais efeitos do consumo prolongado do cigarro, além de doenças cardiorrespiratórios e o câncer são: enfisema pulmonar e bronquite crônica, aumento de placas de arteriosclerose em todas as artérias do corpo, envelhecimento precoce e rugas, dentes amarelados e mau hálito, dentre outros.

Todavia, ainda que hajam inúmeras campanhas publicitárias e apelos de uso em filmes, novelas e revistas, também existe tratamento. “Um simples aconselhamento médico assertivo pode levar até 5% das pessoas a cessar o tabagismo”, reforça a profissional.

Para a maioria das pessoas, entretanto, parar de fumar é penoso e difícil. Requer muita força de vontade e acompanhamento profissional, tanto para cessar o vício como para evitar as futuras recaídas.

“As melhores e mais eficazes formas são aquelas que associam os “remédios para parar de fumar” (reposição de nicotina e/ou medicamentos de ação no sistema nervoso central) com o apoio comportamental, desde intervenções por internet e mensagens por celular até a terapia comportamental cognitiva por profissionais treinados”, explica.

CRESCIMENTO ENTRE OS JOVENS

O tabagismo entre os jovens tem alcançado índices alarmantes. Isso, por que eles se envolvem facilmente pelas rodas de narguilé. Todavia, ainda que acessório tenha gosto e cheiro atraente, a médica faz questão de enfatizar que o narguilé não tem nada de inofensivo: “existem sim o mesmo risco para saúde que um cigarro comum”, informa.

De acordo com a pneumologista, em uma sessão de uma hora de uso do narguilé a pessoa inala o equivalente à fumaça de 100 a 200 cigarros. “Além disto, nesta época de pandemia, o compartilhamento e agrupamento de pessoas aumenta o risco de contaminação pelo vírus da Covid-19, além de outras doenças transmissíveis”, esclarece.

Vale reforçar que as essências herbais para uso no narguilé não possuem tabaco, portanto, não contêm nicotina, substância causadora de dependência, mas, todavia, há altas concentrações de alcatrão, monóxido de carbono, óxido nítrico, pireno, formaldeído, acetaldeído e acetona, o que leva aos mesmos riscos e doenças que o uso do tabaco.

Dia Nacional de Combate ao Fumo

Em 1986 foi criado também no Brasil o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto. A instalação da data visava reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos causados pelo tabaco.

Essa foi a primeira legislação em âmbito federal relacionada à regulamentação do tabagismo no Brasil, inaugurando assim, de forma ainda tímida, a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.

De lá para cá, o Brasil passou de uma população com 35% de fumantes para menos de 10%. Não existe uma só forma eficaz de combater o tabagismo e sim um conjunto de medidas de saúde, econômicas e sociais a fim de demonstrar eficácia. “O Brasil é hoje um exemplo de combate mundial ao tabagismo”, finaliza a doutora Marília.

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