A pesquisa sobre a percepção socioambiental dos moradores do entorno da Serra do Itapeti, desenvolvida no âmbito do PPGPP foi escolhida como uma das produções que podem exemplificar o impacto econômico, social e ambiental das produções acadêmicas desenvolvidas no PPGPP. O impacto dessa pesquisa foi, inclusive, reconhecido nacionalmente, com destaque em canais oficiais da CAPES e da mídia regional.
Trata-se de uma pesquisa aplicada, de natureza qualitativa e com abordagem interdisciplinar, cujo objetivo foi investigar como os moradores de áreas próximas à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Botujuru percebem o ambiente em que vivem, os elementos naturais que os cercam, os impactos ambientais percebidos e o conhecimento que possuem sobre a biodiversidade local. O estudo também buscou compreender o grau de envolvimento da população com práticas de conservação ambiental e seu nível de informação sobre políticas públicas e instrumentos legais de proteção da Serra.
A Serra do Itapeti é uma área de rica biodiversidade, localizada entre os municípios de Mogi das Cruzes e Suzano, e integra remanescentes da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta. A região abriga espécies endêmicas, nascentes que compõem o sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), além de ser considerada prioritária para conservação pela legislação estadual.
Ao estudar a percepção da população local, a pesquisa assumiu papel estratégico no fortalecimento da gestão participativa dos territórios protegidos, promovendo ações de conscientização e engajamento comunitário para a conservação da Serra. Foram realizadas entrevistas presenciais com moradores, oficinas de educação ambiental e atividades formativas voltadas à valorização da natureza e à compreensão das interações entre ambiente e sociedade.
Os resultados evidenciaram tanto o desconhecimento de parte dos moradores sobre a importância ecológica da região quanto o potencial de engajamento a partir de práticas educativas e comunitárias. A pesquisa subsidiou a formulação de estratégias de comunicação ambiental, propostas para inclusão da Serra nos currículos escolares e medidas de apoio à implementação de políticas públicas ambientais.
A pesquisa foi desenvolvida por uma discente do PPGPP, orientada por docente com sólida trajetória na área ambiental e em educação para a sustentabilidade. O projeto contou ainda com a colaboração de alunos de graduação da UMC e permitiu uma vivência de campo intensa e desafiadora, em que os estudantes tiveram contato direto com comunidades, gestores ambientais, técnicos de unidades de conservação e membros de conselhos municipais, ampliando suas competências analíticas, metodológicas e políticas.
Como desdobramento do estudo, foram geradas ações de extensão comunitária, produção de artigos acadêmicos e um guia didático sobre a biodiversidade da Serra, voltado à população local. A aluna responsável tornou-se referência no tema, sendo convidada para entrevistas, fóruns ambientais e eventos científicos.
O trabalho ganhou repercussão nacional ao ser destacado no portal da CAPES como exemplo de pesquisa com impacto direto na sustentabilidade ambiental. Também foi matéria na TV Diário e em outros veículos da imprensa local, que valorizaram o papel da universidade e dos jovens pesquisadores na proteção de ecossistemas estratégicos.
Essa visibilidade amplia o reconhecimento do PPGPP como programa engajado com as demandas territoriais e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sobretudo o ODS 15 (Vida Terrestre), o ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima) e o ODS 4 (Educação de qualidade).
Um dos méritos da pesquisa foi sua capacidade de dialogar com a gestão pública e influenciar processos decisórios. A partir dos dados levantados, foi possível contribuir com a construção de documentos técnicos, relatórios ambientais e políticas de educação ambiental no município. A aproximação com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente e a Comissão Interinstitucional Municipal de Educação Ambiental resultou na contribuição direta da equipe da pesquisa para o ProMEA (Programa Municipal de Educação Ambiental), aprovado em 2024.
A pesquisa também foi usada como referência em espaços institucionais de gestão ambiental, como o Conselho Mogiano de Meio Ambiente (COMOMA) e o Conselho da APA da Serra do Itapeti. Os dados subsidiaram propostas para corredores ecológicos, programas de educação ambiental e estratégias de recuperação de áreas degradadas.
A pesquisa se destacou também pelo uso de metodologias participativas e pela valorização do conhecimento popular e tradicional.As oficinas comunitárias, os mapas afetivos, as rodas de conversa e os registros fotográficos utilizados no projeto demonstram uma inovação metodológica que aproxima ciência e sociedade, contribuindo para a democratização do conhecimento e o empoderamento das populações locais.
No campo educacional, a pesquisa gerou impacto ao promover ações em escolas do entorno da Serra, colaborando com professores e gestores escolares na elaboração de projetos de educação ambiental. A atuação do PPGPP junto à Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes fortaleceu a produção de material didático, incluindo a revista “Minuto Natureza”, coordenada por uma ex-aluna do Programa, com colaboração de docentes da linha de pesquisa em meio ambiente.
A pesquisa abriu caminho para uma série de desdobramentos, incluindo novos projetos de iniciação científica, extensão e dissertações de mestrado com foco em políticas ambientais, percepção comunitária e territórios protegidos. Os resultados também contribuíram para o fortalecimento do Laboratório de Florística e Sustentabilidade e do Núcleo de Ciências Ambientais da UMC, espaços de articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
O reconhecimento conquistado impulsionou a articulação com iniciativas regionais, como o Plano de Ação Territorial para o Cinturão Verde de São Paulo, com participação de docentes do PPGPP. A perspectiva é que os dados e métodos da pesquisa sejam replicados em outras áreas protegidas do município e da região.
A pesquisa sobre a percepção socioambiental na Serra do Itapeti representa um exemplo de como a ciência pode dialogar com os territórios, influenciar políticas públicas e formar profissionais comprometidos com a sustentabilidade. Trata-se de uma ação que reúne rigor acadêmico, sensibilidade social e impacto real, confirmando o compromisso do PPGPP com a construção de políticas públicas efetivas, democráticas e ambientalmente responsáveis.
Por sua abrangência, desdobramentos e articulação com diferentes dimensões do desenvolvimento regional, essa ação se consolida como um destaque do Programa.
Assim, acredita-se que as ações/produtos apresentados como destaques demonstram o impacto econômico, social, ambiental e cultural do PPGPP na região de acordo com sua missão e seus objetivos. O curso de Doutorado, com início previsto para 2025 deve possibilitar a ampliação das ações desenvolvidas pelo PPGPP gerando maior impacto econômico, social e cultural do Programa, consolidando sua missão e objetivos de desenvolvimento regional, qualidade de vida e dignidade humana.
